Anemia em idosos: conheça as causas mais comuns, sintomas e como tratar

Anemia em idosos

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a anemia como a condição em que a hemoglobina, proteína presente nos glóbulos vermelhos e que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório, fica abaixo do normal devido à falta de nutrientes essenciais.

A deficiência de ferro (ou anemia ferropriva) é uma das principais causas de anemia, sendo responsável por cerca de 90% dos casos. Outros fatores também podem estar ligados à condição, como a deficiência de vitamina B12 ou folato (ácido fólico).

Dentre os principais grupos vulneráveis, incluem-se crianças, gestantes, lactantes, adolescentes, mulheres em idade reprodutiva e, principalmente, idosos. Os sinais e sintomas geralmente são vagos e inespecíficos e exigem exames e acompanhamento médico para diagnóstico.

Neste contexto, a elevada ocorrência de anemia em idosos fez com que se considerasse a diminuição dos níveis de hemoglobina como uma parte natural do envelhecimento. No entanto, é importante destacar que o quadro pode ser potencialmente danoso para essa faixa etária, podendo levar ao desenvolvimento de desfechos graves se não for identificada e corretamente tratada.

O que é anemia em idosos?

Como mencionado, a anemia em pessoas idosas é uma condição geralmente decorrente da carência de ferro no organismo, o que impacta diretamente na produção e concentração de hemoglobina nas hemácias. Com o passar do tempo, a anemia pode trazer consequências para o funcionamento de órgãos e tecidos, pois o transporte de oxigênio no sangue fica comprometido.

Soma-se a anemia, o quadro de vulnerabilidade apresentado por pessoas com idade avançada, o que torna a investigação das causas do problema algo fundamental para prevenir o agravamento do quadro clínico.

A avaliação da anemia em pessoas idosas começa com o exame clínico, onde é avaliada a saúde física, sintomas apresentados e o histórico do paciente. A depender do critério médico, poderão ser solicitados exames laboratoriais de sangue para aprofundar a investigação e detectar a presença da anemia. Posteriormente, com base nos resultados, o médico investigará as causas do quadro clínico, podendo solicitar exames adicionais para isso.

Quais as causas mais comuns da anemia em idosos

A anemia em idosos pode ocorrer devido a diferentes razões, como a falta de ferro,  perda de sangue, deficiência de folato e vitamina B12 devido a má absorção ou dieta inadequada e, até mesmo, a presença de doenças crônicas, como câncer, infecções ou inflamações. É importante destacar que é fundamental buscar a orientação de um profissional qualificado para analisar o histórico clínico e alimentar da pessoa idosa, a fim de conduzir uma investigação adequada.

Sem dúvidas, a principal causa de anemia é a deficiência de ferro. Para confirmar esse diagnóstico, são realizados exames laboratoriais que incluem a dosagem do ferro sérico, ferritina, transferrina e a capacidade total de fixação de ferro.

A deficiência de ferro pode resultar ainda de um sangramento gastrointestinal crônico, uma dieta inadequada ou um distúrbio na coagulação sanguínea. Uma avaliação completa do trato gastrointestinal precisa ser realizada para identificar possíveis fontes de sangramento, muitas vezes exigindo uma consulta com um gastroenterologista.

O quadro anêmico também pode estar relacionado à deficiência de folato (vitamina B9) ou vitamina B12. A deficiência dessas vitaminas pode ser decorrente de déficit nutricional ou, no caso da vitamina B12, associada a condições como histórico de  cirurgia bariátrica ou doenças que afetam a absorção adequada desta vitamina.

A anemia pode se desenvolver como uma resposta secundária a uma condição subjacente que provoca inflamação. Nesse caso, os níveis de ferro armazenados no corpo permanecem normais, mas o organismo tem dificuldade em usar essas reservas. Quando os sintomas persistem e os níveis de hemoglobina não melhoram mesmo após a suplementação de ferro, isso sugere que a causa seja uma doença crônica e não uma mera falta de ferro.

Quais os sintomas da anemia em idosos?

A hemoglobina é essencial para que os glóbulos vermelhos transportem oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo. Quando uma pessoa idosa apresenta um quadro de anemia, o organismo começa a manifestar sintomas relacionados à falta de oxigênio em órgãos e tecidos. A anemia ferropriva pode levar a problemas como queda na produtividade, dificuldades de aprendizado, apatia e declínio cognitivo. Os indícios mais frequentes de anemia incluem:

  • Cansaço;
  • Fraqueza;
  • Falta de ar;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Dores de cabeça;
  • Palidez, notadamente visível na parte interna dos olhos;
  • Pressão arterial mais baixa, especialmente se a anemia for resultado de sangramento.

É importante observar que algumas pessoas apresentam uma anemia leve, o que significa que os níveis de hemoglobina não estão muito abaixo do normal. Nesses casos, os sintomas podem ser sutis ou até mesmo inexistentes. Portanto, é recomendável manter uma regularidade nas consultas e exames médicos para detecção precoce de qualquer alteração que indique anemia.

Como prevenir anemia em idosos?

Anemia em idosos

Manter hábitos saudáveis e uma vida ativa com a incorporação de atividades físicas, ajudam na prevenção não só da anemia, mas na maioria das doenças que o organismo pode desenvolver. No caso da anemia em idosos é importante controlar fatores como alimentação e manter as consultas médicas de rotina em dia.

Alimentação 

O ferro é um nutriente essencial para a prevenção da anemia, portanto, é importante incluir na dieta alimentos ricos nesse nutriente. Entre as principais fontes, destacam-se as carnes vermelhas, carnes de aves, peixes e mariscos. Nos alimentos de origem vegetal, são boas fontes as folhas verdes escuras, como agrião, couve, cheiro-verde e taioba. Leguminosas como feijões, fava, grão-de-bico, ervilha e lentilha também são ricas em ferro, assim como grãos integrais, nozes e castanhas.

Visitas regulares ao médico

Manter consultas médicas recorrentes é essencial para a saúde, especialmente entre as pessoas idosas. Para isso, recomenda-se a realização de visitas frequentes a um geriatra que gerenciará a saúde do paciente e irá direcionar exames clínicos e laboratoriais para acompanhamento e detecção precoce de possíveis alterações.

Como tratar anemia em idosos?

Embora a deficiência de ferro seja uma ocorrência comum, é crucial que os médicos confirmem essa carência antes de iniciar o tratamento com suplementos. Devem ser investigadas outras possíveis razões para a anemia, já que é frequente que essa população tenha múltiplas comorbidades que podem influenciar no quadro clínico.

Em geral, o tratamento da anemia objetiva tratar a causa da condição, seja ela devido a uma deficiência nutricional, um sangramento intestinal ou uma inflamação crônica. Assim, destaca-se novamente o papel fundamental do médico para a investigação da raiz do problema. 

As estratégias podem ser variadas, mas as mais comuns incluem a utilização de suplementos medicamentosos e alimentares e a adequação da dieta para conter alimentos ricos em ferro e folato, por exemplo,

Suplementação

Podem ser utilizados suplementos para adequar as carências nutricionais, a depender do elemento com deficiência. Atualmente, existem medicamentos orais e injetáveis que auxiliam na suplementação de ferro, folato ou b12.

Outra opção é a utilização de suplementos vitamínicos abrangentes. No entanto, esses polivitamínicos muitas vezes não contém a quantidade necessária de ferro para tratamento de uma anemia ferropriva, por exemplo, e sua utilização deve sempre respeitar a indicação médica, assim como de outros medicamentos.

Alimentação

Além da prevenção, a alimentação desempenha papel fundamental no tratamento da anemia. Portanto, é fundamental que a pessoa idosa tenha um suporte nutricional adequado. O nutricionista é o profissional ideal para adequar a dieta alimentar de acordo com a faixa etária do paciente, incorporando alimentos fontes para compensar as deficiências nutricionais.

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Texto revisado por: Julia De Stéfani Cassiano, Médica Oncologista Clínica pela Universidade de São Paulo USP-SP, Co-Fundadora da Bem te quero+. CRM 157519-SP

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