Entenda a importância da estimulação cognitiva para idosos e como praticá-la no dia-a-dia

importância da estimulação cognitiva

Você conhece a importância da estimulação cognitiva para idosos?

Durante toda a vida é essencial manter o corpo ativo através da prática de exercícios físicos. Quando essas atividades são negligenciadas as pessoas ficam mais suscetíveis a desconfortos ou, até mesmo, possíveis doenças podem se desenvolver. O mesmo conceito se aplica à mente. Para preservar suas capacidades mentais, as pessoas precisam estimulá-las. No caso dos idosos é importante praticar a estimulação cognitiva.

As mudanças demográficas têm implicações significativas nas estruturas sociais e familiares, especialmente devido ao aumento dos problemas de saúde e funcionalidade relacionados à idade. Isso pode levar a desafios, como a necessidade de institucionalização de idosos, especialmente quando enfrentam deficiências cognitivas ou funcionais que os impedem de realizar atividades diárias.

O envelhecimento muitas vezes vem acompanhado de uma diminuição no desempenho cognitivo, devido a diversos fatores, incluindo aspectos biológicos e um ambiente com poucos estímulos e atividades mentais desafiadoras. O processo de envelhecer acarreta mudanças na velocidade de processamento das informações, resultando em um período prolongado para a leitura, compreensão e retenção de informações. 

A Organização Mundial da Saúde reconhece o envelhecimento demográfico como um dos maiores desafios sociais e econômicos do século XXI. Em contrapartida, pesquisas indicam que um estilo de vida social e mentalmente ativo pode reduzir o risco de problemas de saúde, como depressão, demência e declínio cognitivo. Além disso, práticas de estimulação cognitiva podem ser adotadas para aumentar a qualidade de vida de pessoas idosas

O que é a estimulação cognitiva?

A estimulação cognitiva envolve o uso de atividades destinadas a promover o pensamento, memória e interação social, a fim de retardar o agravamento dos sintomas do envelhecimento e possíveis distúrbios cognitivos. É empregada como terapia para manter as funções cognitivas ativas em pessoas com deficiência cognitiva ou em risco de desenvolvê-la.

Manter a mente ativa por meio de exercícios de memória, orientação, atenção e linguagem é fundamental para preservar ou promover a saúde cognitiva. Ela desempenha um papel vital nas atividades diárias, incluindo pensar, aprender e lembrar claramente, e é apenas um aspecto da saúde cerebral geral, que inclui funções motoras, emocionais e sensoriais.

A saúde cerebral pode ser afetada por fatores como o envelhecimento, lesões, distúrbios de humor e doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. Embora alguns desses fatores sejam inevitáveis, mudanças no estilo de vida podem fazer a diferença. A estimulação cognitiva é especialmente importante para adultos e idosos, considerando o aumento da população idosa e das doenças mentais.

Nesse contexto, é importante entender que as perdas cognitivas não são apenas uma consequência inevitável do envelhecimento, mas frequentemente ocorrem devido à falta de uso de nossas capacidades cognitivas. Em outras palavras, habilidades que são treinadas regularmente tendem a se manter ao longo do tempo, enquanto as negligenciadas podem prejudicar o desempenho cognitivo.

Muitos idosos tendem a delegar gradualmente suas tarefas a outras pessoas, resultando na subutilização das funções cognitivas que eram anteriormente necessárias para essas atividades. Países desenvolvidos e alguns em desenvolvimento, como o Brasil, são mais impactados pelo envelhecimento populacional, com altas taxas de dependência entre os idosos.

Benefícios da estimulação cognitiva para idosos 

A estimulação cognitiva desempenha um papel fundamental em manter a função cognitiva por mais tempo. Quando os indivíduos são estimulados tanto social quanto cognitivamente, eles enfrentam situações interpessoais complexas, processam informações e se adaptam às mudanças constantes no ambiente e nas atividades.

Além de melhorar a qualidade de vida, a estimulação cognitiva pode retardar o declínio e prolongar a manutenção das habilidades mentais. Assim como o exercício físico fortalece os músculos ao longo do tempo, essa forma de estimulação pode fortalecer as capacidades cognitivas, melhorar o humor, a memória e a qualidade de vida em geral.

Durante conversas com idosos, observaram-se inúmeras queixas relacionadas à deterioração da memória, lapsos de memória e dificuldade de concentração. Essas queixas são comuns no processo de envelhecimento, especialmente quando afetam as interações sociais ou prejudicam tarefas essenciais.

A presença do idoso em um ambiente ativo, envolvendo atividades da vida diária, exercícios físicos, expressões culturais, práticas religiosas e interações com familiares e amigos, parece desempenhar um papel protetor em relação à saúde cognitiva. Estudos indicam que os idosos podem demonstrar um desempenho cognitivo superior quando são estimulados. 

O treinamento cognitivo abrange atividades destinadas a impulsionar várias funções cognitivas, como atenção, memória, linguagem e capacidade de processamento. A memória  desempenha um papel fundamental e está constantemente presente em todas as atividades humanas, sendo crucial em todas as situações, desde a execução de tarefas complexas até atividades cotidianas simples, como um bate-papo casual.

Quais os tipos de estimulação cognitiva

importância da estimulação cognitiva

A estimulação envolve a participação em atividades desafiadoras e novas tarefas cognitivas, com elementos sociais, atividade física e padrões de sono saudáveis. Através da estimulação cognitiva é possível incentivar o uso de estratégias pessoais ou externas, como calendários e agendas, para melhorar o funcionamento cognitivo nas atividades diárias. As técnicas para incentivar o trabalho cognitivo em idosos são voltados para exercícios para:

  • Memória e atenção;
  • Linguagem;
  • Equilíbrio; 
  • Capacidade de movimento;
  • Raciocínio lógico.

Como é feita a estimulação cognitiva em idosos?

Ela pode ser feita em casa, proporcionando conforto e conveniência, mas também pode ser feita em grupo, quando apropriado, para trabalhar várias habilidades simultaneamente. A estimulação cognitiva em idosos, geralmente, utiliza de práticas como:

Exercícios para treinar a atenção

São indicadas atividades como conectar números com as peças de dominó correspondentes, apreciar música com foco nos diversos instrumentos e praticar tarefas que requerem a execução de duas atividades simultaneamente. Questionar o que foi consumido no café da manhã, antes do almoço ou lembrar o que foi servido no almoço antes da hora do jantar, também são estratégias interessantes. Em conjunto, esses exercícios contribuem para aprimorar a capacidade de atenção, memória e multitarefa.

Exercício para melhorar coordenação motora

Pode-se realizar ações como demonstrar um movimento e motivar o participante a imitá-lo ou reforçar a compreensão de gestos e seus significados, como indicar silêncio com um dedo sobre os lábios. Outra estratégia eficaz é o desenho de figuras geométricas e objetos comuns, que podem contribuir para o progresso cognitivo e o envolvimento do participante.

Exercícios para trabalhar a linguagem

No contexto da comunicação, é possível trabalhar diversas habilidades de linguagem. Isso inclui pedir para a pessoa idosa explicar as funções de objetos do cotidiano, como um carro ou uma televisão. Também, podem ser realizadas atividades como a escrita de palavras ou ditados de palavras e frases curtas. A leitura em voz alta também é uma prática importante nesse contexto, ajudando a desenvolver a pronúncia e a compreensão textual. Outra abordagem é estimular a identificação de palavras que compartilhem a mesma letra inicial, o que pode ser uma atividade lúdica e eficaz para fortalecer o vocabulário e a capacidade de associação de palavras.

Exercícios de memória

É possível empregar atividades variadas para exercitar a mente. Estas podem incluir desafios como jogos de memória com imagens ou formas, além de responder perguntas sobre experiências passadas, como nomes, lugares e datas. Outra abordagem é associar nomes a objetos do dia a dia. A leitura de textos curtos, seguida de questionamentos sobre o conteúdo e os personagens, é uma estratégia eficaz. Além disso, a repetição de sequências, seja de letras, palavras ou números, pode ser uma técnica útil para fortalecer a memória e a capacidade de foco.

O envelhecimento da população apresenta um desafio significativo para a sociedade e autoridades de saúde, uma vez que exige um aumento nos serviços, e, consequentemente, nos custos em saúde. Portanto, é crucial investir na prevenção do declínio cognitivo, de doenças crônicas e demências, com o objetivo de permitir que os idosos mantenham sua autonomia e qualidade de vida pelo maior tempo possível.

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Texto revisado por: Julia De Stéfani Cassiano, Médica Oncologista Clínica pela Universidade de São Paulo USP-SP Co-Fundadora da Bem te quero 60+. CRM 157519-SP

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