Quais são os primeiros sinais de demência em idosos? Entenda

demência em idosos

O termo demência é conhecido para muitos, mas nem todos compreendem totalmente a complexidade dessa condição que afeta a saúde cognitiva, principalmente em pessoas idosas. Normalmente, os sintomas incluem perda de memória, dificuldade em se comunicar e realizar atividades do dia a dia, alterações de  comportamento e humor, além de desorientação.

De acordo com o relatório apresentado ao Ministério da Saúde, cerca de 70% das pessoas com demência, não possui diagnóstico, privando-os do tratamento adequado para enfrentar as mudanças associadas à progressão da doença.

A demência está entre as principais causas de incapacidade em pessoas idosas, acarretando impactos físicos, psicológicos, sociais e econômicos tanto para os indivíduos afetados quanto para seus cuidadores. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, foram destinados globalmente US$1,3 trilhão para atender às necessidades das pessoas com demência.

 Em diversas partes do mundo, o avanço nas condições de vida ao longo do último século possibilitou que as pessoas vivessem mais. Em 2005, aproximadamente 670 milhões de indivíduos tinham 60 anos ou mais, correspondendo a 10% da população global. Conforme as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2050, esse número chegará a quase 2 bilhões, representando 22% da humanidade.

Neste artigo, abordaremos de maneira séria e informativa o que é a demência em pessoas idosas, seus primeiros sinais, os tipos mais comuns e os fatores de risco associados.

O que é demência em idosos?

O que é demência em idosos?

A demência é um conjunto de sintomas associados a várias condições subjacentes que afetam a função cerebral de maneira progressiva. Os sintomas estão relacionados à perda de funções cognitivas, como memória, raciocínio e habilidades sociais, a ponto de interferir nas atividades diárias. Com a idade, as chances de desenvolver demência aumentam, sendo considerado o principal fator de risco para doenças como, por exemplo, o Alzheimer, uma condição de saúde multifatorial e não um processo natural do envelhecimento. 

Suas origens ainda não são bem estabelecidas, mas estudiosos acreditam que milhares de condições possam estar associadas, entre elas: condições genéticas e ambientais, e hábitos pouco saudáveis. Ainda não há uma cura definitiva para esse tipo de doença neurodegenerativa, mas quanto antes forem descobertos os sintomas, maior a possibilidade de retardar o progresso deles.

Quais são os primeiros sinais de demência em idosos?

Reconhecer os primeiros sinais de demência pode auxiliar em um diagnóstico precoce e intervenção adequada. Alguns sinais comuns que devem ser observados são:

Dificuldade de memória recente

A perda de memória recente é um dos sinais mais evidentes. Os maduros podem esquecer eventos recentes, comprometendo a capacidade de retenção de informações.

Confusão em relação a datas e eventos

A desorientação em relação a datas e eventos pode se manifestar, levando a uma percepção distorcida do tempo e da sequência cronológica.

Desorientação em relação ao tempo e lugar

As pessoas idosas com demência podem se sentir desorientados em relação ao tempo e local, resultando em momentos de confusão sobre onde estão ou que horas são.

Dificuldade de comunicação ou encontrar palavras

A dificuldade em expressar pensamentos ou encontrar palavras apropriadas é comum. Isso pode levar a frustrações e isolamento social.

Perda de habilidades motoras e coordenação

A demência pode afetar as habilidades motoras, resultando em dificuldades para realizar tarefas cotidianas que antes eram realizadas com facilidade.

Mudanças no humor ou personalidade

Alterações no humor, como irritabilidade, ansiedade ou apatia, são sinais frequentes de demência. A personalidade do indivíduo também pode sofrer modificações.

Dificuldade em tomar decisões simples

A capacidade de tomar decisões simples pode ser comprometida, tornando as atividades rotineiras um desafio para os afetados.

Dificuldade em seguir instruções ou manter o foco

A dificuldade em seguir instruções ou manter o foco em uma tarefa pode indicar problemas cognitivos associados à demência.

Quais são os tipos de demência em idosos?

Existem diversos tipos de demência, cada um com características específicas. Abaixo estão alguns dos mais comuns:

Doença de Alzheimer

A forma mais prevalente de demência, caracterizada pelo acúmulo de placas de proteína no cérebro que interferem nas funções cognitivas, principalmente a memória.

Demência Vascular

Resulta de problemas no fluxo sanguíneo para o cérebro, causando danos às células cerebrais.

Demência com Corpos de Lewy

Caracterizada pela presença de corpos de Lewy no cérebro, levando a sintomas cognitivos e motores.

Demência Frontotemporal

Afeta as áreas do cérebro responsáveis pelo comportamento e pela personalidade, levando a mudanças no comportamento.

Doença de Huntington

Uma condição hereditária que afeta o controle motor e as funções cognitivas.

Demência por Lesões Cerebrais Traumáticas

Associada a lesões cerebrais traumáticas, comum em casos de acidentes ou quedas.

Demência por Doença de Parkinson

Pode ocorrer em estágios avançados da doença de Parkinson, com sintomas cognitivos adicionais.

Os fatores de risco de demência em idosos

Os fatores de risco de demência em idosos

Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver demência. Entre eles:

  • Idade avançada: o envelhecimento é um fator de risco significativo para demência. Isso não quer dizer que todos desenvolvem demências com o avançar da idade.
  • Histórico familiar de demência: a predisposição genética pode aumentar o risco.
  • Presença de determinados genes associados à demência: alguns genes podem aumentar a vulnerabilidade.
  • Lesões cerebrais traumáticas: traumas na cabeça podem contribuir para o desenvolvimento de demência.
  • Condições de saúde: diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado e obesidade são fatores de risco.
  • Tabagismo: o hábito de fumar está associado a um maior risco.
  • Isolamento social e falta de estímulo cognitivo: uma vida social ativa e estímulos mentais podem ajudar a prevenir a demência.

Conclusão

A demência em pessoas acima dos 60 anos é uma condição complexa que requer atenção cuidadosa e compreensão. Reconhecer os primeiros sinais, compreender os diferentes tipos e conhecer os fatores de risco são passos cruciais para lidar com essa questão de maneira eficaz. A busca por um diagnóstico precoce, juntamente com um plano de cuidados adequado, pode fazer a diferença na qualidade de vida dos afetados por essa condição.

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Referências

Pesquisa Fapesp. Ao menos 1,76 milhão de pessoas têm alguma forma de demência no Brasil. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/ao-menos-176-milhao-de-pessoas-tem-alguma-forma-de-demencia-no-brasil/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=Ed329&utm_id=jul2023. Acesso em: 15/03/2024.

Vida saudável. O que é demência? Saiba como surge e qual o tratamento! Disponível em: https://vidasaudavel.einstein.br/o-que-e-demencia/. Acesso em: 15/03/2024.

Texto revisado por: Laura Pelaes
Gerontóloga pela UFSCar
Customer Success na Bem te quero 60+

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