Pressão baixa em idosos: saiba as causas e o que fazer

Pressão baixa em idosos

As preocupações com a pressão arterial, geralmente, se iniciam quando a pessoa apresenta valores acima do que é considerado normal (até 135/85 mmHg, sendo ideal em torno de 120/80mmHg) devido aos altos riscos à saúde envolvidos. Porém, é importante ficar atento para valores de pressão abaixo do normal, principalmente após os 60 anos.

A pressão baixa, ou hipotensão, ao reduzir o fluxo de sangue para órgãos, pode causar sintomas como fraqueza, indisposição, confusão mental, tontura e desequilíbrio. Acredita-se que a hipotensão possa afetar até 30% da população acima dos 60 anos e pode acontecer de maneira contínua ou inesperada em pessoas com pressão considerada normal. 

No entanto, para além desses sintomas desconfortáveis, ela também amplia as taxas de mortalidade devido às complicações relacionadas a possíveis quedas e desmaios repentinos. É importante ressaltar que a redução da pressão arterial em pessoas idosas também pode se manifestar quando o corpo é impactado por determinadas doenças e em algumas circunstâncias particulares, como levantar rapidamente, dias muito quentes, pouca hidratação e após vômitos e diarreias, por exemplo.

Neste conteúdo, abordaremos o que é a pressão baixa, suas possíveis causas, sintomas, o que fazer caso apresente algum sinal e como preveni-los.

O que é a pressão baixa em idosos?

A pressão baixa, ou hipotensão, é um assunto relevante para os maduros, pois pode afetar diretamente sua saúde. Em termos simples, a pressão arterial é a força que o sangue exerce nas paredes das artérias durante seu fluxo a partir do bombeamento do coração. Quando essa força fica abaixo do normal, é chamada de pressão baixa ou hipotensão.

Para entender melhor, imagine as artérias como estradas por onde o sangue viaja. Se a pressão é muito baixa, como um tráfego lento, o fornecimento de nutrientes e oxigênio para o corpo pode ser comprometido.

Estudos indicam que pessoas acima dos 60 anos, que sofrem de hipotensão, têm maior probabilidade de declínio cognitivo, enfrentando desafios relacionados à memória, déficits de atenção e questões ligadas ao raciocínio lógico. Diante desses elementos, é crucial procurar a assistência de um médico geriatra para investigar os sintomas e os impactos no organismo.

Quando a pressão é considerada baixa em idosos?

Quando a pressão é considerada baixa em idosos?

Para os seniores, a pressão baixa se apresenta quando os valores de pressão não conseguem garantir o fluxo adequado do sangue no organismo, apresentando valores menores que 90 mmHg para a pressão sistólica (valor mais alto que aparece durante a medição e está ligada ao pico de contração do coração), e 60 mmHg para a diastólica (valor mais baixo que está ligado a fase de relaxamento do coração).

Cada indivíduo, em condições normais, tem seu sistema cardiovascular ajustado para garantir a melhor distribuição do sangue no organismo possível. Para alguns, valores abaixo dos 12/8 (120/80mmHg), considerados ideais, são compensados por ajustes do próprio corpo, e o funcionamento do organismo segue normal. Outros, se adaptam a valores maiores, e podem apresentar sintomas de hipotensão com níveis mais próximos aos habituais 12/8.

Sintomas de pressão baixa em idosos

Para algumas pessoas a queda de pressão pode sinalizar algum problema de saúde, causando sintomas desagradáveis ou mesmo o aumento do risco de quedas, uma das principais causas de morbidade em pessoas acima dos 60 anos. Os sintomas podem variar dependendo da persistência dos valores baixos e do tempo em que a pessoa possui níveis de pressão sanguínea abaixo do normal. Os principais sinais encontrados são:

  •     Tonturas;
  •     Fraqueza;
  •     Visão turva;
  •     Confusão mental;
  •     Náuseas;
  •     Sede excessiva;
  •     Transpiração fria e pegajosa;
  •     Desmaios ou perda de consciência;
  •     Fadiga;
  •     Falta de concentração.

O que causa a pressão baixa em idosos?

O que causa a pressão baixa em idosos?

A pressão arterial é resultado da força do coração em bombear o sangue, do volume de sangue disponível, e da resistência que os vasos arteriais oferecem ao fluxo sanguíneo. Portanto, quadros de pressão baixa são multifatoriais, o que significa que podem ser desencadeados por um fator ou por associações de vários deles. 

A hipotensão postural, por exemplo, se dá em situações de mudanças repentinas na posição do corpo, dificultando o fluxo sanguíneo das extremidades em direção ao coração, resultando numa redução da pressão arterial. Quando o organismo não consegue regular rapidamente esta variação, podem surgir sintomas da falta de fluxo de sangue para os órgãos vitais.

As causas mais comuns da hipotensão estão relacionadas a efeitos colaterais de medicações, desidratação ou fatores ambientais. Outras condições como insuficiência cardíaca, disfunções na tireoide, infecções graves, hemorragias (sangramentos), reações alérgicas, dentre outras, são fatores que também podem contribuir para essa situação.

Algumas das principais condições associadas a queda da pressão arterial em pessoas idosas são:

Desidratação

Beber pouca água diminui o volume de sangue circulante no organismo. Essa redução afeta diretamente a pressão gerada pelo coração e pode afetar seriamente a distribuição de sangue para órgãos como os rins e o cérebro. A associação de altas temperaturas e a falta de água no organismo são fatores ainda mais relevantes, uma vez que a hipotensão frequentemente surge após o aumento do diâmetro das artérias (vasodilatação) para o resfriamento do corpo, associada a perda adicional de líquidos pela transpiração.

Condições cardíacas subjacentes

Pessoas idosas com bradicardia (batimento lento do coração), disfunções nas válvulas cardíacas e insuficiência cardíaca, por exemplo, têm maior propensão à hipotensão.

Redução da elasticidade das artérias e da resistência ao fluxo

Algumas situações, como calor excessivo, infecções graves e efeitos colaterais de algumas medicações, produzem o relaxamento dos vasos arteriais. A consequência imediata é a redução da pressão arterial, eventualmente gerando sintomas de baixo fluxo sanguíneo.

Medicamentos que reduzem a pressão

O uso de certos medicamentos, como diuréticos, antidepressivos, tratamentos para disfunção erétil, anti-hipertensivos, antipsicóticos e vasodilatadores, representa um fator de risco, especialmente em pacientes mais vulneráveis. A revisão das medicações é essencial no manejo e prevenção da hipotensão.

Problemas hormonais

Doenças como insuficiência adrenal (doença de Addison) e diabetes aumentam a suscetibilidade à queda de pressão, assim como a hipoglicemia em alguns casos e doenças da tireoide (hipotireoidismo).

Má alimentação

A inadequada ingestão de nutrientes, como vitamina B12, ácido fólico e ferro, pode causar anemia e facilitar a diminuição da pressão arterial.

Problemas neurológicos

Condições como Parkinson ou Alzheimer (entre outras doenças) interferem na regulação da pressão arterial e muitas vezes envolvem o uso de medicamentos que diminuem a pressão arterial (hipotensores).

Perda de sangue

Lesões graves ou hemorragias são especialmente preocupantes acima dos 60 anos, resultando geralmente em redução da pressão arterial, devido à diminuição do volume sanguíneo circulante.

Infecções graves

A septicemia, uma infecção que afeta a corrente sanguínea, pode provocar uma queda severa da pressão arterial, representando uma emergência médica.

Após as refeições

Algumas pessoas podem experimentar a hipotensão cerca de duas horas após se alimentar, devido à redistribuição do sangue para o sistema digestivo.

Falta de atividade física

O exercício regular desempenha um papel crucial na regulação da pressão arterial, sendo uma ótima estratégia para manter o sistema cardiovascular bem ajustado.

O que fazer em casos de hipotensão em idosos?

O manejo da hipotensão em pessoas idosas, devido à sua natureza multifatorial, varia conforme a condição de saúde que desencadeia os sintomas. É essencial manter uma boa hidratação e seguir uma dieta equilibrada, ajustar da melhor maneira possível as condições de saúde e revisar as medicações em uso. 

Para auxiliar no controle dos sintomas, cabem algumas medidas preventivas, como evitar mudanças bruscas de postura, elevar a cabeceira da cama, aumentar a ingestão de líquidos, utilizar meias elásticas (quando indicado) para comprimir o sistema venoso das pernas e praticar atividade física. Algumas medicações ou orientações adicionais podem ser dadas pelo médico em casos específicos.

Portanto, algumas dicas que podem ser seguidas para evitar a queda da pressão e, consequentemente, seus sintomas em pessoas acima dos 60 anos são:

  •     Monitorar regularmente a pressão arterial;
  •     Incentivar a ingestão de líquidos;
  •     Ajustar gradualmente a posição do corpo ao levantar;
  •     Usar meias de compressão (quando indicado);
  •     Evitar longos períodos em pé;
  •     Consumir refeições menores e mais frequentes;
  •     Ajustar a medicação sob supervisão médica;
  •     Realizar exercícios físicos leves;
  •     Evitar ambientes muito quentes.

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Referências

Drauzio Varella. Pressão baixa (hipotensão arterial). Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/pressao-baixa-hipotensao-arterial/. Acesso em: 12/01/2024.

NotreDame Intermédica. 8 causas de pressão baixa em idosos. Disponível em: https://www.gndi.com.br/blog-da-saude/pressao-baixa-em-idosos. Acesso em: 12/01/2024.

Texto revisado por: Dr. Paulo Fernandes Formighieri, Médico Geriatra (2005) pela Universidade de São Paulo, USP-Ribeirão Preto. Fundador e Diretor técnico da Geriavida – Consultório de Geriatria e Gerontologia.

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