Violência financeira contra idosos: quais medidas tomar?
Você sabia que a violência financeira contra os idosos é um problema sério aqui no Brasil?
As estatísticas do Disque 100 mostram um aumento preocupante nos casos, e isso sinaliza a urgência em abordar e combater essa questão. Hoje, a violência financeira é a terceira maior no ranking dos tipos de violência cometidos contra idosos no país. Então é hora de encararmos essa realidade de frente!
Mas o que é exatamente essa violência financeira contra idosos?
Ela pode ser desde aquela pressão sutil para controlar as finanças dos idosos, até ações mais diretas, como usar cartões sem permissão ou até mesmo a mudança a força a mudar testamentos. E o pior é que muitas vezes esses atos vêm de pessoas em quem os idosos mais confiam, como familiares ou cuidadores próximos.
É hora de combatermos isso juntos!
Aqui estão 10 sinais de possíveis violências para ficar de olho:
- Uso não autorizado de cartões de crédito ou débito: Se aparecerem compras ou saques desconhecidos nos extratos, pode ser que os cartões estejam sendo usados sem a devida permissão.
- Apropriação indébita de benefícios financeiros: Quando o idoso parece perder o controle sobre seus próprios benefícios financeiros — seja uma pensão, aposentadoria ou qualquer outro tipo de renda. Se você viu algum sinal dessa situação, é hora de investigar.
- Manipulação ou coerção para alterar testamentos ou documentos financeiros: Pressões como discussões frequentes sobre o assunto, sugestões diretas ou indiretas e urgência desnecessária para mudar testamentos ou documentos vitais são bandeiras vermelhas de tentativas de manipulação. A alteração direta desses documentos, sem consentimento, é crime.
- Venda não autorizada de propriedades ou ativos: Vender uma propriedade pertencente ao idoso, como sua casa, sob a alegação de que os recursos seriam usados para cuidados de saúde ou melhor qualidade de vida, ou transferir a propriedade do idoso para seu nome.
- Pressão para empréstimos ou co-responsabilidade em dívidas: Convencer alguém aposentado a se envolver em dívidas como empréstimos consignados e financiamentos, ou obrigar o idoso a assinar um documento ou uma procuração, sem que saiba do que se trata, é uma bandeira vermelha de alerta.
- Uso indevido de procurações financeiras: Um familiar pode convencer o idoso a assinar uma procuração financeira sob o pretexto de “simplificar a burocracia” ou “facilitar o manejo das finanças” em caso de incapacidade. No entanto, essa pessoa começa a tomar decisões que beneficiam a si própria em detrimento do idoso, como vender ativos valiosos ou esvaziar contas bancárias, sem consentimento ou conhecimento do idoso.
- Transferências bancárias suspeitas: Qualquer transferência bancária de valor muito alto, recorrente, ou que o idoso não reconheça, deve ser questionada.
- Isolamento social intencional para controlar finanças: Imagine um cenário onde um familiar começa a limitar as visitas de amigos ou outros membros da família do idoso, argumentando que é para o “bem” do mesmo. Este familiar pode começar a cancelar serviços de assistência domiciliar que ajudam na gestão financeira, sob o pretexto de que ele próprio pode cuidar disso.
- Aquisição de bens sem consentimento: Um exemplo seria um cuidador ou familiar que usa o cartão de crédito do idoso para comprar itens caros online, como eletrônicos e jóias, sem sua permissão ou conhecimento.
- Fraudes relacionadas a investimentos: Pode ocorrer quando um parente, amigo ou até mesmo um profissional financeiro convence a vítima investir em um negócio duvidoso, prometendo altos retornos em pouco tempo. Este negócio, no entanto, é extremamente arriscado ou até mesmo inexistente.
Ao se deparar com uma situação suspeita, você deve agir em defesa da vítima.
Confira algumas sugestões do que você pode fazer:
- Denunciar às autoridades competentes: o primeiro passo é denunciar para a Delegacia do Idoso, o Ministério Público ou a Defensoria Pública. Essas instituições têm os recursos e o conhecimento necessários para investigar e intervir em casos de abuso financeiro, garantindo a segurança e o bem-estar das pessoas envolvidas.
- Procurar apoio de familiares, amigos ou profissionais de saúde: Compartilhar suas preocupações com pessoas de confiança pode não apenas oferecer suporte emocional , mas também reunir aliados para ajudar a enfrentar a situação. Profissionais de saúde, como médicos e assistentes sociais, podem fornecer orientações e apoio adicionais.
- Consultar um advogado para orientação jurídica: Um advogado especializado em direitos dos idosos pode oferecer orientação sobre as medidas legais a serem tomadas para proteger os ativos e direitos do idoso, além de ajudar a recuperar recursos perdidos.
- Bloquear contas bancárias e cartões de crédito comprometidos: Para prevenir mais perdas, é importante bloquear o acesso a quaisquer contas bancárias e cartões de crédito que possam ter sido comprometidos, entrando em contato com o banco ou instituição financeira responsável.
- Atualizar documentos financeiros e testamentos, se necessário: Revisar e atualizar procurações, testamentos e outros documentos financeiros com a ajuda de um advogado pode garantir que os desejos do idoso sejam claramente expressos e protegidos legalmente.
- Monitorar contas e transações financeiras regularmente: Estabelecer um hábito de revisão periódica das finanças do idoso, com o seu consentimento, pode ajudar a identificar e prevenir futuros abusos financeiros.
Suspeitou de um caso de violência? Não deixe de denunciar!
Se suspeitar de violência financeira, o primeiro passo é denunciar o caso aos órgãos competentes, como a Delegacia do Idoso, o Ministério Público ou a Defensoria Pública. Também é possível registrar a denúncia anonimamente por meio do Disque 100.
A central recebe ligações diariamente, 24h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias podem ser feitas gratuitamente de todo o Brasil.A solidariedade, o suporte familiar e comunitário e o acesso à informação e recursos jurídicos são fundamentais para combater a violência contra idosos.
E é através da nossa vigilância, voz ativa e esforços conjuntos que podemos criar um ambiente seguro para que nossos idosos vivam com a dignidade que merecem.
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Texto revisado por:
Elem Megaretes
Educadora Financeira e empresária
Fundadora do Finanças na Maturidade