Síndrome do imobilismo: o que causa e como avaliar
A síndrome do imobilismo é uma condição debilitante que afeta muitos idosos, comprometendo sua qualidade de vida e aumentando o risco de complicações graves. Durante o processo de envelhecimento, é comum que as pessoas enfrentem uma redução na capacidade física e mobilidade, seja por doenças crônicas, cirurgias ou outras condições de saúde.
Este artigo explora o que é a síndrome do imobilismo, suas manifestações, como avaliá-la e diagnosticá-la, além de discutir formas de tratamento e prevenção.
O que é síndrome do imobilismo?
A síndrome do imobilismo em pessoas idosas, também conhecida como síndrome da imobilidade ou síndrome geriátrica de imobilidade, é uma condição frequente entre após os 60 anos. Essa síndrome se caracteriza pela progressiva perda da capacidade funcional e física, resultante da falta de movimento ou atividade física adequada.
Trata-se de um ciclo vicioso, onde a imobilidade leva à fraqueza muscular, à perda de massa óssea, à diminuição da capacidade cardiorrespiratória, ao comprometimento da função cognitiva e ao aumento do risco de complicações médicas.
Entre as causas dessa síndrome, é possível destacar a hospitalização prolongada, que muitas vezes resulta em restrição ao leito, e a imobilidade pós-operatória, comum após cirurgias.
Além disso, doenças crônicas como acidente vascular cerebral (AVC), doença de Parkinson e osteoartrite também contribuem para essa condição. A fragilidade associada ao envelhecimento é outro fator que pode predispor os maduros à síndrome do imobilismo.
Manifestações da síndrome do imobilismo em idosos
A síndrome do imobilismo pode se manifestar de diversas maneiras, afetando tanto a saúde física quanto a mental daqueles com 60 anos ou mais Algumas das principais manifestações incluem:
Aumento do risco de úlceras de pressão
A imobilidade prolongada aumenta o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão, também conhecidas como escaras, lesões na pele causadas pela pressão constante em uma área específica do corpo.
Perda de apetite
A falta de movimento e a consequente redução na atividade metabólica podem levar à perda de apetite, dificultando a ingestão adequada de nutrientes essenciais.
Desnutrição
A dificuldade em consumir alimentos nutritivos podem resultar em desnutrição, uma condição que enfraquece ainda mais o corpo e compromete o sistema imunológico.
Desidratação
A imobilidade pode levar à desidratação, especialmente se o idoso tiver dificuldade em se comunicar ou se não receber cuidados adequados para garantir a ingestão suficiente de líquidos.
Alterações no padrão do sono
A falta de atividade física e as mudanças no ambiente e na rotina podem causar alterações significativas no padrão de sono, resultando em insônia ou sono fragmentado.
Depressão e/ou ansiedade
A perda de mobilidade e a dependência de outros para atividades diárias podem levar ao desenvolvimento de depressão e ansiedade, agravando a sensação de isolamento e impotência
Isolamento social
A imobilidade limita a capacidade do idoso de participar de atividades sociais, levando ao isolamento e à redução das interações sociais, o que pode piorar o estado emocional e psicológico.
Diminuição da autoestima
A incapacidade de realizar tarefas diárias e a dependência de cuidadores podem causar uma diminuição na autoestima, afetando negativamente a percepção de valor próprio do idoso.
Declínio cognitivo
A falta de estímulos físicos e mentais pode contribuir para o declínio cognitivo, afetando a memória, o raciocínio e outras funções cognitivas.
Como avaliar e diagnosticar a síndrome do imobilismo?
A avaliação e o diagnóstico da síndrome do imobilismo envolvem uma abordagem multidisciplinar, que inclui a análise de histórico médico, exame físico e avaliação funcional.
Profissionais de saúde, como médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, trabalham juntos para identificar os fatores que contribuem para a imobilidade e desenvolver um plano de tratamento personalizado. Exames de imagem, testes de laboratório e avaliações cognitivas também podem ser utilizados para fornecer uma visão abrangente do estado de saúde da pessoa idosa.
Como tratar a síndrome do imobilismo?
O tratamento da síndrome do imobilismo é multifacetado e visa melhorar a mobilidade, fortalecer os músculos e promover a independência do idoso. As principais formas de tratamento incluem:
- Fisioterapia e reabilitação
Sessões de fisioterapia são essenciais para fortalecer os músculos, melhorar a mobilidade e prevenir a atrofia muscular.
- Exercícios físicos regulares
A prática de exercícios físicos, adaptados à capacidade do idoso, ajuda a manter a força muscular e a flexibilidade.
- Terapia ocupacional
Auxilia na adaptação de atividades diárias, promovendo a independência e melhorando a qualidade de vida.
- Uso de dispositivos de assistência
Bengalas, andadores e outros dispositivos de assistência podem facilitar a mobilidade e aumentar a segurança durante as atividades diárias.
- Nutrição adequada e suplementação
Uma dieta equilibrada e a suplementação, quando necessário, são fundamentais para prevenir a desnutrição e fortalecer o corpo.
- Monitoramento e gestão de condições médicas subjacentes
É fundamental tratar adequadamente doenças crônicas e outras condições médicas que podem contribuir para a imobilidade.
Como prevenir a síndrome do imobilismo?
A prevenção da síndrome do imobilismo envolve práticas que promovem a saúde e a mobilidade, essenciais para manter a qualidade de vida dos maduros. A promoção da atividade física regular é uma das medidas mais importantes. Portanto, incentivar a prática de exercícios físicos adaptados às capacidades individuais ajuda a manter a mobilidade e a força muscular, prevenindo a deterioração física.
Além disso, a adaptação do ambiente doméstico é fundamental. Modificações como a instalação de barras de apoio e a remoção de obstáculos podem prevenir quedas e facilitar a movimentação, proporcionando um ambiente mais seguro e acessível.
Outro aspecto fundamental é o monitoramento contínuo da saúde. O acompanhamento regular por profissionais de saúde permite identificar e tratar precocemente condições médicas que possam levar à imobilidade, evitando complicações mais graves.
A estimulação cognitiva e social também desempenha um papel importante na prevenção da síndrome do imobilismo. Participar de atividades sociais e cognitivas mantém a mente ativa, prevenindo o isolamento e o declínio cognitivo, que acompanham muitas vezes a falta de mobilidade.
Por fim, a educação e o apoio aos cuidadores são essenciais. Orientar e apoiar aqueles que cuidam de pessoas idosas ajuda a garantir que forneçam os cuidados adequados e incentivem a mobilidade, promovendo assim uma melhor qualidade de vida para sob seus cuidados.
Conclusão
A síndrome do imobilismo é uma condição séria que afeta muitas pessoas após os 60 anos, comprometendo sua qualidade de vida e aumentando o risco de complicações. Compreender as causas, manifestações e formas de avaliação e tratamento é fundamental para melhorar a saúde e o bem-estar dos maduros. Prevenir a imobilidade e promover a independência são objetivos essenciais para garantir que a população sênior possa viver de maneira mais saudável e ativa.
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Referências
Portal Drauzio Varella. Síndrome da imobilidade ou do imobilismo: causas, diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/60mais/sindrome-da-imobilidade-ou-do-imobilismo-causas-diagnostico-e-tratamento/. Acesso em: 17/07/2024.
Sanar. Síndrome de Imobilismo: o que é, diagnóstico e tratamento. Disponível em: https://sanarmed.com/sindrome-de-imobilismo-o-que-e-diagnostico-e-tratamento/. Acesso em: 17/07/2024.
Texto revisado por:
Dra Manuelina Brito
Médica Neurologista especialista em distúrbios do movimento e cognição
Proprietária da Clínica Dopu