Sinais de Alzheimer: como identificar? Confira dicas para ficar de olho

Sinais de Alzheimer

Existem sinais de Alzheimer que são importantes conhecer para ficar de olho. 

A doença de Alzheimer é o quadro de demência mais prevalente no Brasil. Ele é caracterizado como um transtorno neurodegenerativo progressivo que causa deterioração cognitiva, comprometendo a memória. Conforme a doença avança leva a um comprometimento contínuo das atividades diárias, uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais.

A doença associada ao nome de Alois Alzheimer, neurologista alemão que realizou a primeira descrição desse distúrbio, é caracterizada por uma deterioração progressiva e gradual das funções cognitivas.

Estima-se que aproximadamente 10% dos indivíduos com mais de 65 anos e 25% daqueles com idade superior a 85 anos podem apresentar algum sintoma dessa condição, sendo numerosos os casos que evoluem para quadros de demência. 

O que é Alzheimer?

A doença de Alzheimer é caracterizada como um distúrbio neurodegenerativo de caráter progressivo e irreversível. Sua manifestação ocorre com alterações na memória, comprometimento gradual nas atividades cotidianas e sintomas neuropsiquiátricos acompanhados por alterações comportamentais.

O surgimento da doença ocorre quando o processamento inadequado de determinadas proteínas do sistema nervoso central é desencadeado. Com isso, ocorre a formação e acúmulo de fragmentos proteicos, que se tornam agentes tóxicos para os neurônios.

Como consequência dessa toxicidade, começa a ser observada uma progressiva perda de neurônios (morte neuronal) em regiões específicas do cérebro, tais como o hipocampo, responsável pelo controle da memória, e o córtex cerebral, fundamental para as funções linguísticas, raciocínio, reconhecimento sensorial e pensamento abstrato.

Sinais de Alzheimer: quais são os sintomas?

Sinais de Alzheimer

O sinal inicial da doença de Alzheimer é a manifestação de perda de memória recente. À medida que a doença avança, outros sintomas aparecem, como a deterioração da memória distante (referente a eventos mais antigos).

A pessoa com a doença de Alzheimer tende a se isolar e apresentar quadros de irritabilidade, agressividade ou passividade excessiva, desconfiança injustificável, interpretações equivocadas de estímulos visuais ou auditivos.

Ainda não existe um exame específico para o diagnóstico da enfermidade. O diagnóstico é feito por um médico especialista que irá analisar os sintomas clínicos e o histórico do paciente. Em caso de suspeita, o médico poderá indicar testes cognitivos para uma avaliação mais detalhada. Alguns exames laboratoriais e de imagem podem complementar o diagnóstico e excluir a possibilidade de outras doenças com sintomas parecidos.

A doença pode ser dividida em três estágios característicos denominados: inicial, moderado e avançado.

Estágio inicial do Alzheimer

Denominada como a etapa “leve” da condição, esta é a fase mais longa da doença. Os sintomas manifestam-se de maneira vaga, e o paciente demonstra alterações discretas na memória, que passam muitas vezes desapercebidas por ele.

Além disso, são observados episódios de desorientação, mudanças na linguagem e dificuldade de concentração. Entre os principais sintomas deste estágio estão: 

  • Perda de memória recente;
  • Dificuldade em realizar tarefas familiares;
  • Desorientação temporal e espacial;
  • Dificuldade em encontrar palavras;
  • Problemas de julgamento e tomada de decisão;
  • Dificuldade em realizar tarefas complexas;
  • Mudanças de humor e personalidade;
  • Dificuldade em seguir instruções;
  • Perda de iniciativa;
  • Dificuldade em lembrar eventos recentes.

Estágio moderado do Alzheimer

Na segunda etapa, o desenvolvimento da doença é gradual e intensifica as questões relacionadas à memória. Nesse período, o paciente também experimenta modificações nas habilidades de cálculo, julgamento, planejamento e abstração. É durante essa fase que podem surgir desafios na locomoção e na manutenção da postura, devido à perda de tônus muscular. Os sintomas mais comuns são:

  • Agravamento da perda de memória
  • Dificuldade em reconhecer familiares e amigos
  • Dificuldade em realizar atividades do dia a dia
  • Confusão mental mais acentuada
  • Dificuldade em expressar pensamentos
  • Problemas de sono
  • Mudanças de comportamento, incluindo agitação e irritabilidade
  • Alucinações e delírios podem ocorrer
  • Dificuldade em controlar funções corporais básicas
  • Maior dependência de cuidados e assistência

Estágio avançado do Alzheimer

A etapa mais avançada da condição é considerada grave, e não há uma duração pré-definida, pois avanços nos tratamentos para complicações possibilitam que as pessoas vivam por muitos anos nesse estágio. Neste ponto, tanto o cérebro quanto o organismo encontram-se significativamente comprometidos. Os sintomas mais encontrados se manifestam por:

  • Incapacidade de comunicar verbalmente
  • Perda significativa da capacidade motora
  • Dependência total para realizar atividades diárias
  • Incontinência urinária e fecal
  • Dificuldade em engolir
  • Perda de peso significativa
  • Rigidez muscular e dificuldade de movimentação
  • Perda da capacidade de reconhecer familiares
  • Pouca ou nenhuma resposta a estímulos externos
  • Elevado risco de complicações de saúde, incluindo infecções

Principais causas da doença de Alzheimer e fatores de risco

Sinais de Alzheimer

Fatores genéticos

Um dos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é a genética. Se há casos da doença na família, a predisposição genética pode aumentar. No entanto, é importante ressaltar que nem todos que têm histórico familiar desenvolverão a doença, e nem todos os casos da doença têm origem genética.

Envelhecimento

O envelhecimento é um fator de risco natural para a doença de Alzheimer. Embora não seja possível evitá-lo, compreender seus efeitos e adotar hábitos saudáveis pode contribuir para a saúde cerebral ao longo dos anos.

Lesões cerebrais traumáticas

Lesões cerebrais traumáticas, especialmente aquelas que envolvem a perda de consciência, foram associadas a um aumento no risco de desenvolver a doença de Alzheimer e outros tipos de demência. 

Sexo feminino

As mulheres têm uma probabilidade ligeiramente maior de desenvolver a doença de Alzheimer em comparação aos homens. Isso destaca a importância de monitoramento e cuidados específicos para as mulheres, especialmente com o passar dos anos.

Diabetes

A diabetes está associada a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Manter níveis de glicose sob controle, adotar uma dieta balanceada e praticar atividades físicas podem ajudar a gerenciar esse fator de risco.

Doença cardiovascular

A saúde do coração está diretamente relacionada à saúde cerebral. Problemas cardiovasculares, como hipertensão, podem aumentar o risco de Alzheimer, portanto monitorar a pressão arterial e seguir as orientações médicas para mantê-la dentro dos limites é fundamental para a prevenção. Adotar hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios, pode beneficiar tanto o coração quanto o cérebro. 

Colesterol elevado e estilo de vida sedentário

Altos níveis de colesterol e um estilo de vida sedentário também estão associados ao aumento do risco da doença de Alzheimer. A manutenção de uma dieta saudável, rica em nutrientes, e a prática regular de exercícios físicos podem contribuir para a prevenção desses fatores de risco.

Quais são os tratamentos para o Alzheimer?

A doença de Alzheimer ainda não possui uma medicação específica para sua cura ou prevenção. Mesmo assim, estudos mostram que manter a cabeça ativa e uma vida social, associadas a bons hábitos e estilos de vida, podem retardar ou até mesmo inibir o aparecimento da doença. 

O tratamento visa aliviar os sintomas. Atualmente estão em desenvolvimento medicamentos que, embora em fase experimental, indicam a possibilidade de controlar a doença. 

Conclusão

Enquanto a ciência avança na descoberta de novas metodologias para tratar ou evitar a doença de Alzheimer, é possível estabelecer e ajudar os pacientes a seguir uma rotina. Colocar lembretes pela casa (apague a luz, feche a torneira, desligue a TV, etc.) pode ser útil. Simplificar a rotina diária de forma que o paciente possa se envolver nela com atividades como se vestir, comer, ir ao banheiro e tomar banho também podem ajudar. 

Outros cuidados fundamentais são:

  • Assegurar que o paciente mantenha uma dieta equilibrada e pratique atividades físicas de acordo com suas possibilidades;
  • Eliminar o consumo de álcool e tabaco, pois podem agravar o desgaste mental.
  • Estimular a interação familiar e social do paciente; 
  • Reorganizar a casa, removendo objetos e situações que possam representar perigo. 

É preciso conscientizar-se da progressão contínua da doença, sabendo que habilidades perdidas não serão recuperadas. Buscar ajuda profissional, familiar ou de amigos para que o cuidado com o paciente se torne efetivo e acolhedor.

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Referências

Ministério da saúde. Doença de Alzheimer. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/alzheimer#:~:text=A%20Doen%C3%A7a%20de%20Alzheimer%20. Acesso em: 08/12/2023.

Blog Drauzio Varella. Doença de Alzheimer. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/doenca-de-alzheimer/. Acesso em: 08/12/2023. 

Texto revisado por: Dra Manuelina Macruz Brito
Médica Neurologista especialista em distúrbios do movimento e cognição
Responsável Técnica na Clínica Pluri
CRM-SP 138102

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