O que é síndrome da fragilidade do idoso e como diagnosticar?

síndrome da fragilidade

Você sabe o que é a síndrome da fragilidade do idoso?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2050, estima-se que 2 bilhões de pessoas terão ultrapassado os 60 anos, o que corresponderá a um quinto da população global. Conforme informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, em 2016, o Brasil já possuía a quinta maior população idosa no cenário mundial. Além disso, projeções indicam que, até 2030, o contingente de pessoas com 60 anos ou mais superará o número total de crianças, compreendidas entre zero e 14 anos.

O processo de envelhecimento é natural para todos, mas é possível ganhar experiência de forma saudável, evitando as possíveis fragilidades que o passar dos anos pode trazer. Segundo estudos clínicos, a síndrome da fragilidade do idoso afeta cerca de 20% da população com 60 anos ou mais, sendo uma preocupação significativa para a saúde dos maduros. Diagnosticar precocemente essa síndrome é fundamental para iniciar intervenções adequadas e melhorar a qualidade de vida.

Neste conteúdo, abordaremos o que é a síndrome da fragilidade, seus sinais, causas, fatores de risco e diagnóstico. 

O que é a síndrome da fragilidade do idoso?

A síndrome da fragilidade é uma condição complexa caracterizada pela vulnerabilidade física, cognitiva e funcional. Essa fragilidade aumenta a suscetibilidade a doenças e agravos à saúde, tornando os maduros mais propensos a complicações.

Trata-se de um estado de vulnerabilidade do organismo a agentes externos, resultando em possíveis desdobramentos como incapacidade, dependência, quedas e necessidade de cuidados contínuos. 

Na abordagem inicial, a fragilidade está vinculada a características físicas, sendo considerada pelos pesquisadores como uma síndrome clínica. Nessa perspectiva, se manifestam a redução da massa muscular, modificações hormonais e alterações no sistema imunológico.

Quando combinados com elementos externos, esses fatores podem desencadear um ciclo prejudicial, resultando em diminuição de energia, aumento da dependência e maior suscetibilidade a doenças e lesões. 

A síndrome de fragilidade pode ser originada por meio de modificações e diminuição nas reservas fisiológicas, juntamente com a desregulação de diversos sistemas. A compreensão dessa condição é essencial para abordar as consequências que ela pode trazer.

Sinais de fragilidade do idoso

Sinais de fragilidade do idoso

Perda de peso inexplicada

A perda de peso inexplicada é um sinal preocupante da síndrome da fragilidade. Muitas vezes, as pessoas acima dos 60 anos podem perder peso sem motivo aparente, o que pode indicar uma diminuição na massa muscular e na capacidade funcional.

Fraqueza muscular

A fraqueza muscular é considerada uma característica da fragilidade. A perda de força pode afetar a capacidade de realizar tarefas cotidianas e contribuir para a vulnerabilidade física.

Fadiga

A fadiga constante é um sintoma comum em pessoas frágeis. Isso pode impactar a energia disponível para realizar as atividades cotidianas, levando a uma diminuição na qualidade de vida.

Lentidão na velocidade de marcha

Pessoas idosas frágeis frequentemente apresentam uma marcha mais lenta, o que pode contribuir para quedas e lesões devido à falta de equilíbrio e força física para sustentar o corpo.

Como diagnosticar a síndrome da fragilidade do idoso?

Avaliação multidimensional

Uma avaliação multidimensional é fundamental para diagnosticar a síndrome da fragilidade do idoso. Essa abordagem holística considera aspectos físicos, psicológicos e sociais, proporcionando uma visão abrangente da condição da pessoa.

Critérios de Fried

Os critérios de Fried são uma ferramenta amplamente reconhecida para o diagnóstico da síndrome da fragilidade. Na avaliação clínica, as características de Fried considera os seguintes pontos:

  • Perda de peso não intencional maior do que 4,5 kg ou acima de 5% do peso corporal no último ano;
  • Fadiga relatada em atividades diárias;
  • Redução da força de preensão, medida na mão dominante e ajustada conforme gênero e Índice de Massa Corporal (IMC);
  • Baixo nível de atividade física;
  • Diminuição da velocidade de marcha.

Considera-se frágil o indivíduo que apresenta três ou mais dessas características, enquanto o estado pré-frágil refere-se àquele com uma ou duas dessas características. Aqueles que não apresentam nenhum dos sintomas, são considerados não-frágeis.

As medidas de função física parecem refletir os efeitos das diversas vertentes da saúde e do envelhecimento, abrangendo desde o condicionamento físico até o impacto de doenças variadas e o estado emocional. Considerando esses aspectos como um sinal vital, essas medidas podem servir como indicadores capazes de evidenciar os efeitos dos distintos processos fisiológicos e fisiopatológicos na funcionalidade do indivíduo.

Outros métodos de diagnóstico

Além dos critérios de Fried, existem outros métodos de diagnóstico, como escalas de avaliação geriátrica e testes específicos de função física e cognitiva. Essas ferramentas também podem auxiliar na identificação precisa do grau de fragilidade.

Fatores de risco para a síndrome da fragilidade

Fatores de risco para a síndrome da fragilidade

A síndrome da fragilidade do idoso pode ser influenciada por diversos fatores de risco, incluindo:

  • Idade avançada: o envelhecimento natural do corpo aumenta a suscetibilidade à fragilidade.
  • Doenças crônicas: condições como diabetes, hipertensão e osteoporose.
  • Inatividade física: a falta de exercício regular pode acelerar a perda de massa muscular e contribuir para um corpo mais frágil.
  • Desnutrição: a ingestão inadequada de nutrientes pode comprometer a saúde e a resistência.
  • Isolamento social: a falta de interação social pode levar à depressão e ao declínio cognitivo, agravando a fragilidade.

Importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce da síndrome da fragilidade do idoso desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de vida e na prevenção de complicações. Identificar a fragilidade em estágios iniciais permite a implementação de intervenções e estratégias eficazes, como programas de exercícios, orientação nutricional e suporte psicossocial.

A síndrome da fragilidade do idoso é uma condição comum, mas muitas vezes subdiagnosticada, que afeta a saúde e a funcionalidade das pessoas. Reconhecer os sinais precoces e adotar uma abordagem multidimensional para o diagnóstico são passos essenciais para promover um envelhecimento saudável e ativo.

O conhecimento dos fatores de risco e a compreensão da importância do diagnóstico precoce capacitam profissionais de saúde, cuidadores e familiares a oferecerem o suporte necessário para preservar a qualidade de vida dos seniores.

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Referências

Escola de Educação Permanente Fmusp. Tudo sobre a Síndrome do Idoso Frágil. Disponível em: https://eephcfmusp.org.br/portal/online/idoso-fragil/. Acesso em: 07/02/2024.

Santos, R. C. dos ., Menezes, R. M. P. de ., Araújo, G. K. N. de ., Marcolino, E. de C., Xavier, A. G., Gonçalves, R. G., & Souto, R. Q.. (2020). Síndrome da fragilidade e fatores associados em idosos no pronto atendimento. Acta Paulista De Enfermagem, 33, eAPE20190159. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2020AO0159

REZENDE, Marina Aleixo Diniz. A fragilidade e sua relação com a mortalidade em idosos de uma comunidade brasileira [doi:10.11606/T.22.2016.tde-30092016-162423]. Ribeirão Preto : Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2016. Tese de Doutorado em Enfermagem Fundamental. [acesso 2024-02-07].

Texto revisado por:

Caroline Muniz Catarino
Gerontóloga pela UFSCar
Customer Success na Bem te quero 60+

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