O que é capacidade funcional do idoso e como é avaliada
Você sabe o que é capacidade funcional do idoso?
À medida que o processo de envelhecimento evolui, uma série de desafios físicos e mentais podem afetar a capacidade de realizar atividades diárias.
Dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2022 mostram que existem mais de 30 milhões de pessoas idosas no Brasil e o índice de envelhecimento indicou que há 80 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos.
Para os maduros continuarem desenvolvendo atividades de forma independente, é necessária uma boa capacidade funcional para manter a qualidade de vida e o bem-estar daqueles com mais de 60 anos. Neste artigo, exploraremos o que é a capacidade funcional do idoso, seus domínios, os perigos da sua perda e como é avaliada.
O que é a capacidade funcional do idoso?
A capacidade funcional da pessoa idosa refere-se à habilidade dela em realizar as atividades diárias necessárias para sua autonomia e independência. Desde atividades básicas até tarefas mais complexas que quando realizadas de forma autônoma e eficaz, representam uma boa capacidade funcional.
Ao analisá-la, é importante compreender os diversos domínios que a compõem. Esses domínios refletem a autonomia e independência das pessoas idosas e fornecem boas informações sobre a sua qualidade de vida e bem-estar.
Entre os principais domínios estão a realização das atividades básicas da vida diária, essenciais para o autocuidado e independência de uma pessoa. Isso inclui tarefas, como alimentação, higiene pessoal e vestuário, além da capacidade de locomoção, e atividades instrumentais mais complexas, como fazer compras, gerenciar medicamentos, usar o transporte público e lidar com questões financeiras.
A mobilidade também é um domínio fundamental, abrangendo desde a capacidade de caminhar sem assistência até habilidades, como subir escadas ou utilizar meios de transporte públicos. Uma boa mobilidade pode reduzir o risco de quedas e lesões, contribuindo para a qualidade de vida.
Ao entender e avaliar cada um desses domínios, é possível obter uma visão abrangente da capacidade funcional da pessoa idosa e identificar áreas onde podem ser necessárias intervenções ou suporte para promover um envelhecimento saudável e ativo.
O que a perda da capacidade funcional pode causar?
A perda da capacidade funcional pode favorecer uma série de consequências negativas, incluindo:
Redução da autonomia
A necessidade de assistência para realizar tarefas básicas pode diminuir a sensação de controle sobre suas próprias vidas, aumentando o sentimento de dependência.
Isolamento social
A dificuldade em se locomover e participar de atividades sociais pode levar ao isolamento social. Os idosos podem se afastar da vida comunitária devido às limitações impostas pela perda da capacidade funcional, aumentando o sentimento de solidão.
Declínio da qualidade de vida
A limitação nas atividades diárias devido à perda da capacidade funcional pode levar a um declínio na qualidade de vida. A incapacidade de desfrutar plenamente das experiências cotidianas pode afetar a satisfação geral com a vida.
Aumento do risco de quedas
A falta de mobilidade e equilíbrio associada à perda da capacidade funcional pode aumentar consideravelmente o risco de quedas. Essas quedas podem resultar em lesões graves e complicações adicionais, contribuindo ainda mais para a perda de autonomia e independência.
Comprometimento da saúde mental
A perda da independência e a redução da participação em atividades sociais podem afetar a saúde mental dos maduros. Problemas como depressão e ansiedade podem surgir como resultado da percepção de uma menor qualidade de vida e da limitação nas atividades diárias.
Impacto nas atividades diárias
A incapacidade de realizar tarefas básicas, como cuidar de si e da casa, pode representar um desafio para aqueles que apresentam perda da capacidade funcional. Isso pode resultar em frustração e dependência de terceiros para a realização de atividades rotineiras.
Diminuição da participação em atividades sociais
A falta de mobilidade pode levar a uma diminuição na participação em atividades sociais e eventos recreativos. Isso não apenas priva os maduros de momentos de interação e diversão, mas também pode intensificar os sentimentos de isolamento e solidão.
Como é avaliada a capacidade funcional do idoso?
Existe uma variedade de modelos de avaliação da capacidade funcional. Algumas das formas de avaliação incluem:
Avaliação da marcha e equilíbrio
Observação do caminhar e sua capacidade de manter o equilíbrio, fornecendo informações importantes sobre mobilidade e coordenação.
Testes de força muscular
Avaliação da força muscular em diferentes partes do corpo, como braços e pernas, para identificar áreas de fraqueza ou desequilíbrio muscular.
Avaliação da mobilidade
Determinação da capacidade da pessoa idosa de se mover de forma independente e segura, fundamental para garantir a qualidade de vida e a autonomia.
Medição da destreza manual
Avaliação da capacidade de realizar tarefas que exigem coordenação e habilidade manual, como abrir frascos ou amarrar sapatos.
Testes de flexibilidade
Avaliação da amplitude de movimento das articulações e capacidade de movimento sem restrições.
Avaliação da cognição
Exame das funções cognitivas, como memória, atenção e raciocínio, para rastrear sintomas de ansiedade e de humor.
Verificação das atividades de vida diária
Avaliação da capacidade da pessoa idosa de realizar tarefas básicas do dia a dia, como alimentação, higiene pessoal e vestuário, de forma independente.
Análise da independência funcional
Avaliação do grau de autonomia e independência em realizar atividades diárias.
Avaliação da saúde mental
Exame do estado emocional e psicológico, incluindo sintomas de depressão e ansiedade.
Questionários de autopercepção da saúde
Questionários que permitem a avaliação de sua própria saúde e capacidade funcional, complementando as avaliações clínicas realizadas por profissionais de saúde.
Onde é feita a avaliação da capacidade funcional do idoso?
A avaliação da capacidade funcional pode ocorrer em uma variedade de locais, cada um adaptado às necessidades individuais e circunstâncias específicas.
Em muitos casos, a avaliação é realizada durante os atendimentos, com a observação de sinais físicos e realização de perguntas ou até mesmo uso de questionários para investigar o nível de independência e autonomia do paciente.
No caso das pessoas idosas que residem em instituições de longa permanência, a avaliação da capacidade funcional muitas vezes faz parte integrante do cuidado prestado.
Profissionais de saúde nessas instituições trabalham em estreita colaboração com os residentes para monitorar e avaliar sua capacidade funcional ao longo do tempo, adaptando os cuidados conforme necessário para promover a independência e a qualidade de vida.
Além disso, serviços de saúde em domicílio oferecem uma opção conveniente para a avaliação da capacidade funcional, especialmente para aqueles que têm dificuldade de se locomover ou preferem receber cuidados no conforto de seus próprios lares.
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Referências:
Gero 360. Capacidade funcional do idoso: autonomia e independência. Disponível em: https://gero360.com/capacidade-funcional/. Acesso em: 11/04/2024.
Andrade Silva, A. , de Oliveira Ferreira, G. , Ferreira Felício, J. , Valúzia Guedes Guerra, F. , Chaves Costa, E. and Pessoa Moreira, R. 2020. Functional capacity and family dysfunction of the elderly in the family health strategy program in Ceará, Brazil: a cross-sectional study: DOI: 10.15343/0104-7809.202044160170. O Mundo da Saúde. 44, (Apr. 2020), 160–170.
Texto revisado por:
Caroline Muniz Catarino
Gerontóloga pela UFSCar
Customer Success na Bem te quero 60+