Blue zones: quais são os locais com maior longevidade do planeta?
Existem várias regiões no mundo onde a longevidade é notavelmente alta, e esses lugares são conhecidos como “blue zones”. Neste artigo, vamos mergulhar no mundo das zonas azuis, descobrindo seus locais, culturas e estilos de vida que promovem uma vida longa e próspera.
O que são as Blue zones?
As ‘Blue Zones’ são regiões no mundo onde as pessoas têm uma probabilidade maior de viver até 100 anos ou mais. Este termo foi cunhado pelo pesquisador e autor Dan Buettner, que colaborou com demógrafos e epidemiologistas para identificar essas áreas.
Buettner e sua equipe analisaram diversos fatores de estilo de vida, dieta e comportamento social que contribuem para a notável longevidade nessas regiões.
Seu trabalho oferece insights valiosos sobre como os elementos de estilo de vida nessas zonas podem ser incorporados em outras comunidades para melhorar a saúde e a longevidade.
Quais são as principais Blue zones do planeta?
Algumas das zonas azuis mais conhecidas incluem:
Okinawa, Japão
A ilha de Okinawa é conhecida por ter uma alta concentração de centenários. A dieta local, rica em vegetais, peixes e alimentos com baixo teor de calorias, é frequentemente creditada como um dos fatores que contribuem para a longevidade dos habitantes.
Loma Linda, Califórnia, EUA
Esta área é lar de uma comunidade adventista do sétimo dia, que segue um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta vegetariana, abstenção de álcool e tabaco, e ênfase no descanso e exercício.
Nicoya Peninsula, Costa Rica
A Península de Nicoya é conhecida por suas altas taxas de longevidade. A dieta local é rica em alimentos frescos, e os moradores tendem a manter um estilo de vida ativo.
Sardenha, Itália
A ilha da Sardenha tem uma alta concentração de centenários. A dieta mediterrânea, juntamente com uma forte rede social e apoio comunitário, é considerada um fator chave.
Icaria, Grécia
A ilha de Icaria é famosa por seus habitantes idosos e saudáveis. A dieta mediterrânea, o estilo de vida ativo e o baixo estresse são apontados como contribuintes para a longevidade.
Conheça as Blue Zones no Brasil
Aqui estão algumas cidades que são frequentemente mencionadas como boas opções para uma maturidade ativa e saudável:
- Florianópolis, Santa Catarina: Conhecida por sua qualidade de vida, belas praias e clima agradável, Florianópolis é uma cidade muito procurada por maduros. A cidade oferece diversas opções de lazer e uma boa infraestrutura de saúde.
- Gramado, Rio Grande do Sul: Essa cidade serrana é famosa por seu clima frio, paisagens deslumbrantes e estilo europeu. É um lugar tranquilo, com boa infraestrutura e muitas opções culturais.
- Fortaleza, Ceará: Fortaleza oferece um clima tropical, praias deslumbrantes e um custo de vida relativamente acessível. É uma escolha popular para quem gosta de sol e calor.
- Curitiba, Paraná: A capital do Paraná é conhecida por sua infraestrutura urbana bem planejada, transporte público eficiente e parques. O clima é mais ameno, com estações distintas.
- Belo Horizonte, Minas Gerais: Uma cidade de médio porte, Belo Horizonte tem um custo de vida relativamente acessível, boa qualidade de vida e opções culturais.
- Santos, São Paulo: Localizada na costa, Santos é uma cidade com clima tropical, praias e uma boa infraestrutura de saúde. É uma escolha popular entre os maduros.
- Campinas, São Paulo: Próxima a São Paulo, Campinas oferece um estilo de vida mais tranquilo, com boa infraestrutura e qualidade de vida.
- João Pessoa, Paraíba: Esta cidade oferece praias, clima quente e um custo de vida relativamente baixo, tornando-se uma opção atraente para 60+ que preferem o nordeste do Brasil.
9 coisas em comum entre as Blue zones
“Apenas 20% do tempo de vida de um indivíduo são dotados pela genética. Os outros 80% são resultados do ambiente e do estilo de vida.” Afirma Dan Buettner, fundador do termo “Blue Zone”.
O americano Dan Buettner e seu time de especialistas desenvolveu uma metodologia para tentar determinar porque é que as pessoas tinham uma longevidade tão notável nestas áreas, que foram apelidadas de “zonas azuis”. A intenção, explicou Buettner, era identificar lições ou princípios que pudessem ser aplicados para construir comunidades mais saudáveis e ajudar as pessoas a viverem vidas mais longas e melhores.
Abaixo, um breve extrato do que foi apurado nessa investigação.
Ginástica X Movimento
Mova-se naturalmente. As pessoas mais longevas do mundo não “fazem ginástica”. Nas zonas azuis, a equipe de Buettner observou que as pessoas eram incentivadas a se movimentar a cada 20 minutos. Por exemplo, faziam jardinagem, amassavam o próprio pão e usavam ferramentas manuais; suas casas não estavam cheias de conveniências. Quando saíam (por exemplo, para a escola, para o trabalho, para a casa de um amigo, para um restaurante ou para socializar), quase sempre iam a pé. Incorpora-se ginástica em suas vidas diárias.
Rituais
As pessoas que vivem nas zonas azuis têm rituais diários que reduzem o estresse e revertem o “quadro inflamatório” associado a ele. Os rituais variam e incluem atividades como orações, cochilos e happy hour
Propósito
Buettner descreveu um estudo recente realizado no Canadá que acompanhou 6.000 pessoas durante 14 anos e descobriu que as pessoas que conseguiam articular o seu sentido de propósito tinham um risco 15% menor de morrer. Outro estudo, este do Instituto Nacional do Envelhecimento, descobriu que as pessoas que conseguiam articular o seu sentido de propósito viviam até 7 anos mais.
Tim-tim
Exceto as proibições religiosas, as pessoas nas zonas azuis consumiam quantidades moderadas de álcool (mais comumente dois copos por dia).
Vegetais
Uma análise realizada por Buettner com 154 pesquisas sobre hábitos alimentares descobriu que em todas as zonas azuis, as pessoas com 100 anos de idade praticam dietas baseadas em vegetais, incluindo muitos feijões. Os feijões são baratos, cheios de fibras e proteínas e são nutricionalmente ricos. As pessoas de 100 anos também comem muitos carboidratos, mas na forma de grãos integrais e pães de massa fermentada, em vez de pães fermentados com fermento.
Regra dos 80 por cento
As pessoas com vida mais longa têm estratégias para evitar comer demais, disse Buettner (como o mantra confucionista que alguns habitantes de Okinawa usam para parar de comer quando se sentem 80% saciados). Há evidências clínicas de que estratégias como parar para fazer uma oração antes das refeições, comer devagar para que a sensação de saciedade chegue ao cérebro, não ter televisão na cozinha ou comer em família levam à diminuição da ingestão alimentar. Em todas as cinco zonas azuis, as pessoas tomam um café da manhã farto e um almoço menor, e o jantar é a menor refeição do dia.
Conexões
Centenários gastam muito tempo e esforço trabalhando em seus relacionamentos com seus cônjuges e filhos. É provável que as crianças mantenham os pais idosos por perto e os considerem fontes de sabedoria que favorecem a sua própria sobrevivência.
Pertencimento
As pessoas nas zonas azuis tendem a fazer parte de comunidades baseadas na fé. Indivíduos que frequentam regularmente um serviço religioso vivem de 4 a 14 anos a mais do que seus colegas que não o fazem, disse Buettner.
Comportamentos deletérios, como, por exemplo, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, solidão e infelicidade são contagiosos. Por isso, as pessoas mais longevas do mundo “organizam” círculos sociais em torno de si que apoiam comportamentos saudáveis.
Conclusão
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Você não precisa mudar-se para uma “blue zone” para ter uma “blue life”. Conte com a Bem te quero+ e conquiste, dia após dia, uma longevidade ativa e feliz.
Texto revisado por: Julia De Stéfani Cassiano, Médica Oncologista Clínica pela Universidade de São Paulo USP-SP Co-Fundadora da Bem te quero 60+.